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Ramiz Galvão, no prefácio da presente edição, informa que o primeiro exemplar da Prosopopea foi descoberto na Biblioteca Publica de Lisboa, por Varnhagen, em 18 de julho de 1871. A esta descoberta sucedeu-se a localização do exemplar brasileiro na Biblioteca Real, Coleção Barbosa Machado, acervo pertencente à Biblioteca Nacional. A presente edição foi elaborada a partir da de 1601, encontrada anexa à obra Naufrágio, que Passou Jorge Dalbuquerque Coelho, Capitão e Governador de Pernambuco. Lisboa : Antonio Álvares, 1601. Ocorre que o Naufragio ... indica ser sua Prosopopea uma segunda edição, porém até hoje não se conhece qualquer exemplar da dita primeira. A edição de 1873 procurou reproduzir com a maior fidelidade possível aquela de 1601, encontrando alguma diferença de tipo, mas respeitando gravuras, paginação e ortografia. Contou com a dedicação do artista alemão radicado no Brasil, Henrique Fleuiss (1824-1882). Quanto ao texto, apesar de não ser grande seu "merecimento poético", é de incontestável valor histórico e bibliográfico, pois o autor é cronologicamente o primeiro poeta brasileiro e o poema, a primeira expressão de nativismo literário brasileiro. Segundo a Enciclopédia de Literatura Brasileira (2001, v. 2, p. 1138 e 1560), a obra seria uma manifestação maneirista e escrito à imitação de Os Lusíadas. Trata-se, na verdade, de um poema laudatório, dirigido ao governador de Pernambuco, Jorge de Albuquerque Coelho, de quem o autor parece ter sido amigo pessoal. |