logo_reencontroJuntar, classificar, por os documentos à disposição dos interessados é tarefa que com grande morosidade vai sendo executada. Por vezes exigindo esperas exasperantes. Nem sempre se encontram disponíveis as coleções ou os núcleos que se preten­dem, onde se suspeita que esteja o que se quer. Falta ou dificuldades de acesso às informações que provoca erros, omissões, interpretações viciadas. Porque ao historia­dor importa sempre alargar o apuramento de dados sobre que constrói o seu conhe­cimento.

A localização dos arquivos pode, ainda, ser um outro entrave à pesquisa. Porque nem sempre a deslocação para longe é possível. A publicação de documentos tem pro­curado obviar a esse obstáculo. Mas não há publicações completas, não se consegue acesso a tudo aquilo de que se precisa. Através dos modernos meios de fotografia, de microfilmagem e, sobretudo, de digitalização, vai-se tentando contornar algumas des­sas dificuldades. Porque uma primeira leitura – que nem sempre substitui a consulta do original – passa a ser possível longe dos depósitos dos velhos papéis.

Por à disposição do historiador materiais existentes nos arquivos brasileiros foi empe­nho da Comissão Nacional para as Comemorações dos Descobrimentos Portugueses, desde 1997. Convergente com o brasileiro Projeto Resgate – Barão do Rio Branco, aqui foi designado Projeto Reencontro. E para isso se canalizaram meios e gente. Tra­balhos que contaram muito especialmente com a determinação da Dr.a Esther Guimarães Caldas Bertoletti, coordenadora do Projeto Resgate. Ao seu empenhamento dinâmico se deve ter-se conseguido avançar e atingir uma volumosa recolha de documentação. Da parte da CNCDP há que destacar o acompanhamento dos trabalhos da parte por­tuguesa pelo vogai da Comissão Executiva João Paulo Salvado. A cumplicidade que criou com Esther Bertoletti deve-se muito do que se fez.

Reuniram-se as condições para o arranque do Projeto. Houve sorte com o bom entendimento das pessoas. Com a extinção da Comissão Nacional para as Come­morações dos Descobrimentos Portugueses, outros tomarão a seu cargo completar o que se iniciou. Que não fique pelo que já temos – e bastante a fazer há ainda – é o que se pode desejar. Porque se a história do Brasil não pode conceber-se sem a portuguesa, a inversa não é menos verdadeira. E é indispensável trilhar os caminhos da história por vias paralelas e por vias cruzadas. Com isso alargamos o nosso conhe­cimento.